O Martírio de Lady Jane

        Quando a Rainha Mary I da Inglaterra (1516-1558) subiu ao trono, em 1554, após ter destronado sua prima Lady Jane Grey, que ocupou o ofício real por apenas cinco dias, mandou degolar a ex-rainha, junto com todos os que lhe haviam sido favoráveis. A história nos conta a respeito de "bloody Mary", que ela era totalmente controlada pela hierarquia romana e tentou, durante o seu breve reinado de 4 anos, liquidar todos os protestantes em destaque, a fim de realizar o seu objetivo, que era fazer com que a Inglaterra voltasse a ser um país católico.

        Lady Jane caiu no feroz desagrado da Rainha Mary I por ter aceitado a coroa da Inglaterra, sucedendo o seu primo Eduardo VI, que por sua vez havia sucedido seu pai, Henrique VIII. Lady Jane foi condenada à morte e vejamos como se comportou essa jovem inglesa diante da pior experiência pela qual pode um ser humano passar nesta vida.

            Logo que subiu ao cadafalso Lady Jane se dirigiu aos espectadores com estas palavras gentis:

            "Meu bom povo! Como todas as pessoas deste mundo, eu nasci para morrer um dia e hoje, pela lei sou condenada à morte. Erguer-me contra a autoridade da Rainha foi um ato ilegal, no qual consenti. Porém jamais busquei nem desejei o trono real, e apenas o aceitei, por imposição de meus amigos. Por isso lavo minhas mãos como inocente, diante de Deus e de vós, neste momento crucial".

            Depois disso, ela ergueu as mãos para o alto, segurando numa delas o Livro santo. E prosseguiu:

            "Suplico a todos vós, meu bom povo cristão, permissão para testemunhar que estou morrendo como uma boa cristã. Não espero ser salva por nenhum outro meio, exceto pela misericórdia imensa de Deus, através do sangue do Seu Filho Jesus Cristo. Confesso que, mesmo já tendo conhecimento da Palavra de Deus, fui negligente em relação à verdade, pois amava a mim mesma e ao mundo. Desse modo, o sofrimento e o castigo que estou recebendo são mais que merecidos em razão dos meus pecados. Neste momento, preciso agradecer a Deus que me deu tempo e desejo sincero de me arrepender. E enquanto ainda estou viva, peço-vos que me assistais com as vossas orações".

            Depois deste breve discurso, Lady Jane ajoelhou-se e recitou um Salmo completo, pedindo misericórdia a Deus. Em seguida, levantou-se, entregou as luvas e o lenço à camareira (Ellen), e o Livro ao amigo Bruges. Quando ia despir o manto, o carrasco chegou-se rapidamente para ajudá-la, porém ela recusou essa ajuda e duas senhoras que estavam ali perto ajudaram-na a retirar o manto e outras partes da indumentária feminina, e então uma delas entregou-lhe um bonito lenço para vendar os olhos.

            O carrasco ajoelhou-se e pediu perdão pelo ato que estava para executar e ela gentilmente o perdoou. Pediu-lhe também que subisse um pouco mais no cadafalso, ela atendeu e logo viu o cepo onde deveria colocar o seu lindo pescoço. Olhou humildemente para o carrasco e suplicou-lhe que "a despachasse depressa". Ajoelhou-se, colocou o pescoço no cepo e falou gentilmente: "Senhor, em tuas mãos entrego o meu espírito". E sua alma voou rumo às regiões celestiais, para sempre. Lady Jane era apenas uma adolescente, pois contava com 17 anos de vida. No mesmo dia, seu marido, Lord Northumberland, foi também decapitado. Eram dois inocentes em comparação com aqueles papistas que os condenaram à morte.

            Por causa da condenação dessa jovem senhora o Juiz Morgan, autor do veredicto de morte, enlouqueceu dentro de pouco tempo. Gritava apavorado o tempo inteiro que Lady Jane estava ali perto e pedia às pessoas que a levassem para bem longe. Desse modo trágico Morgan encerrou seus dias. Curioso é que a tradição conta que Pilatos também morreu louco, vendo "o Nazareno" em sua frente, dia e noite!

            A partir daquela data muitos nobres ingleses de Londres e outras cidades, aparentados ou simpatizantes de Lady Jane, também foram condenados à morte. Em seus quatro anos de reinado, a sanguinária Mary I matou ingleses aos milhares, querendo que o seu país voltasse a ficar sob tacão do papa, o que Deus, felizmente, não permitiu, levando bem cedo essa rainha monstruosa para o seu próprio lugar, onde iria fazer companhia a Judas e a todos os papas do Catolicismo Romano. Bloody Mary foi sucedida pela meio-irmã Elizabeth I, que seria uma rainha amiga dos verdadeiros cristãos. Elizabeth I reinou durante 40 anos e transformou a Inglaterra num país protestante, que passou a usar a Bíblia de Calvino. Mais tarde, com o Rei Tiago, filho de Mary Stuart, foi lançada a Bíblia Inglesa conhecida como "King James Authorized Version, 1611", a Bíblia que iria transformar o mundo com a verdadeira Palavra de Deus entregue ao povo de língua inglesa.

            Atenção, senhores protestantes apóstatas, que já se venderam à Igreja de Roma! Vocês são traidores de Cristo, do mesmo modo que a Rainha Mary I, e tão "bloody" quanto esta, porque estão entregando a cristandade nas mãos da Meretriz de Apocalipse 17-18. Quando o Vaticano estiver totalmente no controle mundial, sob a égide do Anticristo, que ele mesmo vai colocar no poder, com a força política, econômica e religiosa que já possui, vocês todos serão responsáveis diante de Deus pelas toneladas de sangue que serão derramadas – dos cristãos que aqui ficarem, nessa "era das trevas" informatizada.

            Nós, os crentes atuais, que não acreditamos nas mentiras de Roma, provavelmente não veremos a manifestação do "homem da iniquidade", porque já teremos sido arrebatados para voltar com Cristo, na hora do acerto de contas com a Grande Babilônia. Enquanto isso, os apóstatas ingênuos com relação à malignidade dessa Igreja vampira, que sempre tem se alimentado de sangue, irão saber o que significa a expressão: "choro e ranger de dentes"!

 

Mary Schultze

Informações colhidas no "The Foxe´s Book of Martyrs"

e na "Webster´s New International Encyclopedia", edição de 1997.

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